terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

enquete do INCA

O jornal O Estado de São Paulo está realizando uma enquete para saber a opinião das pessoas sobre o projeto de lei que prevê a proibição dos fumódromos. Participe! Sua opinião é importante. Para votar, acesse http://www.estadao.com.br/pages/enquetes/default.htm?id_enquete=132


Instituto Nacional de Câncer

8 comentários:

Ricardo Roslindo disse...

Bares dos EUA"viram teatros"para driblar proibição ao fumo.


Pelo menos cem bares do Estado Americano de Minnesota estão driblando a proibição estadual ao fumo transformando suas dependências em um teatro e os frequentadores em atores.
A lei estadual introduziu em outubro garante exceção á proibição ao fumo para atores em produção teatrais.
Mark Benjamin,um dos procuradores do estado que lançou a idéia da noite de teatro nos bares ,estima que,já em fevereiro,entre 50 e cem bares já tinham aderido á idéia.
Atualmente,alguns bares já impreimem a cota listando o "eleco" de Bermen,e cinzeiros viram parte do "cenário".Frequentadores usam fantasias e até tentam fazer sotaques diferentes.
Liza Anderson,dona do bar Mike´s Uptown,afirma ao jornal Star Tribune de Minneaplis que o de costume em uma das "noites de teatro".
"Vou continuar com isso.Aumentou meus negócis",disse.A proprietária acrescentou que está ajudando uotros donos de bares querem organizar suas "noites de teatro".
MAIS PÚBLICO.
Brian Bauman,dono do bar THE ROCK,afirmou que também pretende continuar com as noites de teatro."somos um bar de ROCK ea maioria das pessoas que vêm aqui fumam",disse Bauman.
Segundo o dono do bar ,até que o governo estadual proíba as noites de teatro,"temos a intenção de fazer isto de novo...Temos nossa noites de KARAOKê e temos nossa noites de ROCK.Agora teremos nossa noites de teatro".Bauman conta que ,na noite de teatro,o público em seu bar foi duas vezes maior e,pelo menos dez outros donos de bares tambèm foram ao THE ROCK para o sucesso do novo evento.
Mas,a noite de teatro deve acabar segundo o departemento estadual de saúde de Minnesota,que afirma que os bares estão desrespeitando a lei e poderão ser multados.
BBCBRASIL.COM/>REPORTERBBC.

Ricardo.Plante Saúde Hc.

Ricardo Roslindo disse...

08/03/2008.

Cigarro maior de 60 anos têm mais facilidade para largar o vício.
Pesquisa feita no hospital da PUC de Porto Alegre analisou 700 pacientes depois de um tratamento de dois menes combinados.Apoio psicológico e medicamentoso.No final,61% dos idosos,contra 46%dos mais jovens .Fonte;A tribuna on line 25/02/2008.


Ricardo.Plante saúde Hc.

Ricardo Roslindo disse...

Estudo do CREMESP-realizado em parceria com a UNIAD -revela o perfil do médico dependente químico.
Sob a coordenação do Psiqueatra Hamer Nastasty Palhares Alves,o cremesp,em parceria com a Unidade de Álcool e Drogas(UNIAD)da Universidade Federal de São Paulo,realizou um estudo que traça o perfil dos médicos dependente químicos de 15 estado brasileiros.O relatório aponta sa drogas mais consumidas,as especialidades dos dependentes,as psicopatologias mais frequentes ea influencia desse mal na vida dos profissionais.
Foram avaliados 365 médicos dependente que estiveram em tratamento ambulatorial de 2000 a 2005.Essa análise deflagrou que 37% dos entrevistados abusavam de álcool e e de drogas,enquanto 31,8% só de drogas e 30,7% apenas de álcool.Constatou-se que o alcool (48,2%)e a maconha(17,8%)são maiores responsaveis pelo início da dependencia,seguindo pelo consumo de benzodiazepínicos(13,7%),opiáceos(10,9%) e outros entorpecentes,como o crack,cocaána anfetaminas e inalantes(8,5%).
O uso nocivo apresentado é semelhante ao dos cidadão em geral,com a variável de 8% a 14%.A ocorrência é cinco vezes maior,entretanto,no consumo de álcool de opóides e benzo-diazepínicos.Em geral 71,2% dos casos verificou-se automedicação. Entre os diversos perfis encontrados, averigou-se que os clinicos tem o alcool como principal porta de entrada da dependência; os cirurgiões, o alcool e as drogas ilícitas; e os anestesistas, a utilização de drogas de prescrição controladas "56% dos eventos". Os transtornos psiquiátricos acoometeram 51,5% dos médicos em tratamento. A presença da comorbidades associou-se com um maior número de drogas consumidas. Dentre os problemas psiquiatricos detectados, a depressão foi o mais latente, atingindo um quarto dos profissionais. Entre outros casos de menor fequencia, diagnosticou-se a esquizofrenia, alguns transtornos alimentares e de personalidade e de outros menos expressivos. Entre outros médicos dependentes quimicos a maioria é homem "87,4%", casdos "56%", com idade média de 39 anos. Desses a metade apresentou reincidencia em internação. A busca pelo tratamento, porém, foi tardia para "40,5%" dos profissionais. A pressão familiar, de amigos, de colegas da área, foi a principal forma de motivação.
Telefones para informação:
Uniad-Unifesp - (11) 5579-5643 ou 8335-0866

Ass. Ricardo - Plante Saúde HC

Ricardo Roslindo disse...

Mortes no Brasil causadas pelo Tabagismo
No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil mortes/ano são decorrentes do tabagismo. O cigarro contem 4.700 substâncias tóxicas e é responsável por 95% dos casos de câncer de boca, 90% das inflamações de mama, 80% da incidência de câncer no pulmão, por 97% dos casos de câncer da laringe, 50% dos casos de câncer de pele, 45% das mortes por doença coronariana (infarto do miocárdio) e 25% das mortes por doença cérebro-vascular (derrames cerebrais).

O tabagismo é uma doença causada pela dependência física da nicotina. Os viciados seguem o comportamento idêntico aos dependentes de heroína e cocaína. A proporção de fumantes em nosso país é de 23,9%, sendo que as classes de nível socioeconômico mais baixo fumam mais.

Cerca de 90% dos fumantes ficam dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade (atualmente temos aproximadamente 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária), mas a grande concentração de fumantes está na faixa etária, entre 20 a 49 anos de idade. A região Sul é onde existem mais dependentes: 42% dos habitantes. No Nordeste, são 31%.

Os moradores da zona rural fumam mais que os das zonas urbanas. O Brasil é o maior exportador e quarto maior produtor de tabaco no mundo, ficando, pela ordem, atrás da China, EUA e Índia.

As doenças ocasionadas pelo consumo de tabaco matam 3 milhões de pessoas no mundo anualmente, com uma projeção estimada de óbitos em torno de 10 milhões até o ano 2020, das quais 7 milhões ocorrerão nos países em desenvolvimento. Vale dizer que o tabagismo, hoje, mata mais que a soma das mortes por Aids, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidente de trânsito. As doenças causadas pelo tabaco são responsáveis por perdas de US$ 200 bilhões de dólares da economia de todos os países. O cigarro contém cerca de 4.720 produtos tóxicos, sendo, um deles, a nicotina, responsável pela dependência.

Ricardo Roslindo
Enfermeiro

Ricardo Roslindo disse...

Tabagismo passivo e danos à saúde
Anualmente morrem nos EUA devido à exposição ao fumo passivo entre
35 a 37 mil indivíduos não tabagistas por Doença Cardíaca e 3 a 5 mil mortes por Câncer de Pulmão. O tabagismo passivo mata atualmente no Reino Unido 12 mil pessoas por ano.

A exposição doméstica a PTA causa pelo menos 3.600 mortes anualmente e no trabalho cerca de 700 mortes por ano. Em curto prazo é responsável por causar irritação nos olhos e nariz, tosse, dores de cabeça. Em adultos ocorre a piora dos sintomas de doenças cardíacas e respiratórias. A criança piora da asma e da bronquite, bem como tem com mais freqüência crises de sinusite, rinite, otite e amigdalite.

A médio e longo prazo a PTA é responsável pela redução da capacidade respiratória levando ao enfisema pulmonar, a bronquite, aumenta o risco de infarto no coração, derrame cerebral e câncer de pulmão. As crianças têm um incremento em 50% na incidência de infecções respiratórias.

A revisão de estudos conduzida em 1992 pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency – EPA), concluiu que a exposição à poluição tabágica ambiental está relacionada com prejuízo do crescimento fetal, baixo peso do bebê ao nascer, fatores esses que aumentam a mortalidade logo após o nascimento, além do aumento no risco para a Síndrome da Morte Súbita na Infância.

Conclusão

Para diminuir os riscos a saúde do próprio fumante, que ao fumar em ambiente fechado, se expõe mais a PTA e também para não comprometer a saúde dos seus semelhantes, seria aconselhável que ao fumar o tabagista optasse por ambientes ao ar livre. Fumar na janela, entrada de portas não diminui os riscos, pois a corrente de ar carrega as partículas tóxicas para o interior do ambiente fechado poluindo-o.

Ricardo Roslindo
Enfermeiro

Ricardo Roslindo disse...

Medidas do nível de poluição ambiental
A cotinina é o principal metabólito da nicotina, sendo muito utilizada para a análise do contato ativo ou passivo com o tabaco.

Pode ser detectada no sangue, urina, saliva, podendo ser encontrada também no leite materno, muco cervical do colo do útero, líquido amniótico, cordão umbilical e no sangue do feto. Após quatro horas de exposição ao fumo ou a PTA, a cotinina já pode ser dosada.

Outra forma de medida da PTA é através do nível de partículas suspensas no ar. Níveis em torno de 60 mcg/cm3 são considerados aceitáveis para o ser humano.

Em ambientes onde se fuma, o nível de partículas tóxicas suspensas no ar costuma ser bem superior ao limite aceitável.
Em uma festa pode atingir 200 mcg/cm3; em bares e restaurantes, 400 mcg/cm3; sala de jogos, 600 mcg/cm3, ou seja, respectivamente 3, 6 e 10 vezes maiores que os limites aceitáveis.

O monóxido de carbono (CO) é responsável por 3% a 6% da PTA. Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA – a concentração dessa substância na fumaça do cano de descarga de um carro é de 30 a 80 mil partes por milhão (ppm). Na fumaça do cigarro está em torno de 20 a 60 mil ppm, equivalente a 75% de CO expelido pelo escapamento.

Em ambiente fechado, onde há fumante, o nível de monóxido de carbono pode atingir limites absurdos, mais de três vezes o limite máximo aceitável.
Nenhum sistema de ventilação é eficaz para a retirada das partículas finas da fumaça do cigarro em ambientes fechados. Estudo conduzido por Seelig, comprova que somente com a força e velocidade de fluxo de ar de um TORNADO é que o ar estaria limpo das partículas tóxicas da fumaça do cigarro.

Este artigo consta no site:
saude.hsw.uol.com.br
Tabagismo passivo.
Ricardo Roslindo
Enfermeiro.

Ricardo Roslindo disse...

Tabagismo: sua história, ocorrência, incidência em doenças e tratamento.


Por Silvia Ismael Cury

1 INTRODUÇÃO

O tabaco tem sido utilizado nas Américas há milhares de anos (desde 1000 AC.), em várias formas e com propósitos culturais diferentes. Em algumas sociedades indígenas, faz parte de ritos religiosos e funciona como forma de exercer autoridade sobre a tribo. Nas sociedades modernas das Américas, o tabaco vem sendo utilizado como estimulante, causando uma melhora no rendimento e no prazer pessoal e social. A planta chamada NICOTIANA TABACUM, chegou ao Brasil através da migração dos índios tupis-guaranis sendo que o primeiro contato dos portugueses com a erva foi no seu desembarque aqui. No século XVI seu uso foi disseminado na Europa por Jean Nicot. As folhas desta planta foram inicialmente utilizadas para fumo de cachimbo (séc.XVII), rapé e tabaco para mascar (Séc.XVIII), charuto (séc.XIX) e desde o início do século passado, o cigarro passou a ser produzido em forma de produção industrial, e foi cada vez mais sendo associado a padrões de vida elevados, atingindo principalmente o público mais jovem (COSTA E SILVA & ROMERO, 1988; SCHWARTZ, 1992; www.falandosériosobredrogas.org.br/cap1.htm , 2001).

O tabagismo é a principal causa evitável de doença e morte não só nos Estados Unidos da América como também no Brasil. Fazendo uma breve retrospectiva, nos Estados Unidos em 1900 mais ou menos 3.200 gramas de tabaco eram consumidos por cada adulto por ano. Destes, a maioria era consumida por mastigação ou inalação; cada indivíduo consumia menos de 500 gramas sob a forma de cigarros ou cigarrilhas. Em 1918, o consumo do cigarro tinha disparado em relação às outras formas de utilização, e a epidemia havia começado. O consumo aumentou sensivelmente na década de 50 e atingiu o pico em 63. Em 1990, o consumo foi avaliado em 2.800 cigarros por cada adulto.

Desde a publicação do primeiro relato do Surgeon General em 1964, a saúde pública vem lutando contra o tabagismo e confirma que ele é considerado uma adicção que ameaça diretamente a saúde (GIMENEZ, 1990). Tem causado uma epidemia de morbidade e mortalidade prematuras, através do seu efeito sobre doenças respiratórias, cardiovasculares e as neoplasias (BORHANI,1977; GIMENEZ, 1990; FUCHS, 1992). A mortalidade chega a ser duas vezes maior em fumantes do que em não fumantes e isto representa a maior causa de morte em grandes cidades do Brasil (LOLIO & LAURENTI, 1986). A perspectiva de mortalidade atual pelo uso do cigarro em países desenvolvidos é de 2 milhões e em países em desenvolvimento é de 1 milhão. Para o ano de 2020, a perspectiva de mortalidade é de 3 milhões em países desenvolvidos e de 7 milhões em países em desenvolvimento, isto significa 10 milhões de mortes ligadas ao uso do tabaco no ano de 2020. Também segundo a OMS, o tabaco mata por ano 3 milhões de pessoas e mata mais que a soma de mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídio e acidentes de trânsito (BECOÑA & VASQUEZ, 1998; www.fumantes.com.br/2001).

Mesmo sendo o tabagismo uma prática antiga no mundo, só após os anos 80, a nicotina foi incluída como droga que causa dependência psicoativa entre os critérios diagnósticos de doenças (CID X: DSM IV-R). A década de 1990, deu início à segunda batalha contra o tabagismo. Para isto, utiliza-se o conhecimento atual sobre o tabaco e sua dependência, a fim de realizar a prevenção primária e programar intervenção de interrupção. Para erradicação da epidemia de doenças relacionadas ao fumo, deve-se informar e planejar ações. No plano de ação é importante: compreender a epidemiologia; rever conhecimento acerca do risco de saúde resultante do tabagismo; saber diagnosticar e tratar dependência da nicotina; implementar intervenção clínica rápida para pacientes fumantes e intervir com público jovem de forma prática.

Segundo a OMS existe hoje 1,2 bilhão de fumantes no planeta, sendo que nos últimos 10 anos, estimou-se que 30 milhões de pessoas foram a óbito por causa do cigarro. MOREIRA et al. (1995), em pesquisa realizada no Rio Grande do Sul, identificaram como fatores de risco do uso do tabaco o sexo masculino, idade entre 30 e 39 anos, baixo nível sócio-econômico e associação ao consumo de bebida alcoólica.

O Brasil é o 6º maior consumidor de tabaco do mundo e tem uma das piores taxas anuais de mortes associadas ao fumo na América Latina - 32 mil dos cem mil estimados entre latino-americanos. A partir de 1964, o consumo passou a diminuir passando de 41% de adultos fumantes para 28% em 1992. Com relação ao sexo, inicialmente havia uma prevalência do sexo masculino sobre o feminino. Mas este último aumentou seu consumo e parece que a tendência com o passar do tempo é que essa diferença por sexo seja equivalente ou até maior (www.cigarro.med.br).

2 COMO ACONTECE A DROGADICÇÃO

A nicotina chega ao cérebro em um curto período de tempo (9 segundos) (PALFAI & JANKIEWICZ, 1997), alimentam os receptores de células cerebrais capazes de reconhecê-la. O organismo reage à nova substância e com o tempo acostuma-se a receber cargas freqüentes da droga. Cada tragada chama a próxima e em um prazo de 1 a 3 meses a adicção instala-se. Nesta fase observa-se a ocorrência da tolerância, que é a quantidade de nicotina que o indivíduo necessita para suprir seus receptores cerebrais; assim quanto maior a tolerância maior a necessidade da nicotina e maior a dependência física (GIMENEZ,1990). Além disso a nicotina provoca uma série de respostas no organismo: é estimulante e depressor ganglionar, promove a liberação de catecolaminas, aumento de pressão arterial, freqüência cardíaca, aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio, vasoconstricção periférica e aumento de agregação plaquetária. A fumaça do cigarro é uma mistura complexa de 4700 substâncias tóxicas diferentes relacionadas ao tabaco e dentre elas sabidamente 43 delas estão descritas como cancerígenas até o momento (como o alcatrão e o monóxido de carbono) (GIMENEZ, 1990).

Ela provoca maior dependência física que as drogas conhecidas como ilícitas. Em sentido mais amplo, dependência significa a perda do controle sobre o comportamento de usar uma droga. A dependência de drogas é diferenciada dos outros hábitos porque o comportamento é iniciado e mantido pelos efeitos farmacológicos da substância. A OMS define a dependência de drogas como um padrão comportamental no qual o uso de determinada droga psicoativa recebe prioridade mesmo em relação aos outros comportamentos que já foram muito mais prioritários. A dependência do tabaco é um processo complexo que envolve a inter-relação entre farmacologia, fatores adquiridos ou condicionados, personalidade e condições sociais.

As ações farmacológicas da nicotina estão envolvidas nas várias formas de dependência. A nicotina afeta as vias neuroquímicas de recompensa e abstinência através da ação das vias dopaminérgicas e noradrenérgicas (LESHNER, 1996; LANDRY,1997). Fumantes falam de efeitos positivos, como prazer, estimulação e relaxamento. Pode melhorar atenção, tempo de reação e rendimento das tarefas. O tabagismo pode promover alívio: em estados emocionais adversos; diminuindo a ansiedade ou stress; diminuindo a sensação de fome porque diminui a ansiedade e controlando os sintomas da síndrome de abstinência. A síndrome de abstinência é caracterizada por: mal estar, dor de cabeça, tontura, baixa freqüência cardíaca, tristeza, aumento de ansiedade, dificuldade de concentração, distúrbios de sono fissura entre outros (LESHNER, 1996; PALFAI & JANKIEWICZ, 1997).

Os critérios para dependência de droga do DSM IV-R, são específicos e se adaptam ao diagnóstico de casos individuais. A principal ênfase é na perda de controle sobre o uso da droga. Neste critério é necessário que se encontre no mínimo três fenômenos descritos e que os sintomas persistam há pelo menos um mês ou tenha ocorrido repetidamente durante um período maior. Os critérios diagnósticos do DSM-IV-R para dependentes de substâncias psicoativas são:

1- A substância é consumida em grandes quantidades ou por períodos maior do que a pessoa pretendia

2- Desejo persistente ou uma ou mais tentativas fracassadas de interromper ou controlar o abuso da substância

3- Muito tempo utilizado nas atividades para obtenção de substâncias, consumo ou recuperação de seus efeitos

4- Intoxicação freqüente ou sintomas de abstinência quando obrigado a realizar tarefas simples ou quando o uso da droga for fisicamente perigoso

5- Suspensão ou diminuição de atividades sociais, profissionais e/ou lazer pelo uso da substância

6- Uso persistente da substância, apesar de saber que apresenta um problema social, psicológico ou físico persistente ou recorrente, causado ou agravado pelo consumo da substância

7- Tolerância marcante: necessita quantidades progressivamente maiores de substância

8- Sintomas típicos de abstinência

9- Substância consumida frequentemente para aliviar ou cortar sintomas de abstinência

A dependência psicológica desempenha papel importante na manutenção da adicção; ela ocorre paralelamente e parece ser mais difícil de ser percebida e tratada. Observa-se que o indivíduo fuma por: estimulação, onde o fumar pode ser percebido como modulador de funções fisiológicas melhorando a atenção, a concentração e a energia pessoal; ritual que envolve todos os passos dados até se acender o cigarro; prazer pois a nicotina libera substâncias hormonais que dão maior sensação de prazer através das atividades neuroquímicas do cérebro nas vias de recompensa; redução de tensão pois a nicotina do cigarro quando chega aos receptores cerebrais, ajudam a diminuir a ansiedade que o fumante apresenta, dando uma sensação momentânea de alívio da mesma; hábito que é entendido como um condicionamento do fumar em determinadas situações como por exemplo, logo após o almoço; e o vício que é caracterizado pelo tempo que o indivíduo consegue ficar sem fumar, ou seja, tem a ver com a tolerância da nicotina e com a dependência física(LABBADIA & ISMAEL, 1995; LESHNER, 1996).

Todo comportamento de usar a droga pode ser visto também como resultado de condicionamento. O comportamento dependente é reforçado pelas consequências da ação farmacológica, ou seja, o drogadicto começa a associar humores, situações ou fatores ambientais específicos aos efeitos reforçadores da droga. Este é um fator importante que pode acometer e acarretar a rescidiva do uso da droga, depois de um período de abstinência.

Outros fatores de dependência de drogas estão relacionados a aspectos de personalidade e condições sociais. Indivíduos rebeldes e com distúrbios afetivos parecem aumentar a probabilidade de se formar um dependente. Os fatores sociológicos podem determinar o risco e os padrões do abuso de drogas e o comportamento de usar droga na família ou entre amigos é um forte motivador e reforço para o consumo da mesma (LEITE et al., 1999).

3 CONSEQUÊNCIAS DO FUMO SOBRE A SAÚDE

O tabagismo é a principal causa isolada de óbito, devido ao câncer nos EUA. Os fumantes exibem índice de mortalidade devido ao câncer duas vezes maior do que em não fumantes. Pesquisas confirmam esta conclusão e fornecem evidências adicionais implicando o tabagismo em causas de câncer de cavidade oral (92%), laringe (82%), esôfago (75%), bexiga (45%), rim(30%), estômago(20%), pulmão (90%), e colo uterino (30%). Além disso o cigarro é responsável por 75% dos casos de enfizema pulmonar, e 25% dos infartos agudos do miocárdio são provocados pelo cigarro (FIORE, 1990). O fumante passivo tem 200% de chance de contrair câncer de pulmão e há um risco de 800% de acidente vascular periférico. As mulheres que começam a fumar antes dos 17 anos podem ter menopausa precoce, assim como no homem há predisposição à impotência masculina (www.falandoseriosobredrogas.org,br).

É causa importante de doença aterosclerótica e um dos três principais fatores de risco para doença arterial coronária (DAC), junto a hipertensão arterial e os distúrbios de colesterol. A relação entre tabagismo e doença cardiovascular é bem estabelecida. A diminuição do tabagismo tem estado nitidamente associada a diminuição da morbidade e mortalidade pela doença cardiovascular. A doença cadiovascular tornou-se a principal causa de males e incapacidade do Século XX. Em 1987, quase 1 milhão de pessoas morreram nos EUA devido a Acidente Vascular Cerebral (46% de todos os óbitos) sendo que 200 mil foram causados pelo uso do tabaco. Outro dado alarmante é que a cada ano são registradas 37000 mortes por insuficiência coronariana relativa ao tabagismo passivo (BECKER, 1997).

O grau de risco do tabagismo está relacionado ao número de cigarros fumados ou ao consumo cumulativo e está associado a um risco maior de morte e IAM. O tabagismo é provavelmente responsável por mais de 20% dos óbitos por doença arterial coronária (DAC) em homens com mais de 65 anos e por aproximadamente 45% de mortes nos homens com menos de 65 anos (nas mulheres o risco é semelhante). Estudos populacionais indicam ainda que tabagismo, hipertensão e hipercolesterolemia contribuam igualmente para a DAC. Sendo assim, uma associação destes três fatores de risco podem trazer consequências desastrosas.

4 BENEFÍCIOS NA INTERRUPÇÃO DO TABAGISMO SÃO: (www.fumantes.com.br)

Após 20 minutos: a pressão arterial , a freqüência cardíaca assim como a temperatura das mãos e pés tendem a voltar ao normal.

Após 8 horas: o nível de monóxido de carbono no sangue ao normaliza. O nível de oxigenação no sangue aumenta.

Após 24 horas: diminui o risco de um ataque cardíaco

Após 48 horas: as terminações nervosas começam a regenerar-se. O olfato e o paladar melhoram.

Após 72 horas: A árvore brônquica torna a respiração mais fácil e a capacidade pulmonar aumenta em até 30%.

Após 2 semanas: a circulação sangüínea aumenta e o caminhar torna-se mais fácil.

De 1 a 9 meses: diminuição da tosse, da congestão nasal, da fadiga e da dispnéia. O movimento ciliar dos brônquios volta ao normal, limpando os pulmões e reduzindo os riscos de infecções respiratórias. Aumento da capacidade física e da energia corporal.

5 TABAGISMO E O ADOLESCENTE

Em um trabalho realizado por LEITE et al. (1999), foi evidenciado que a faixa etária mais comum que se inicia o tabagismo foi de 10 à 19 anos. O adolescente por estar em uma fase de transição, passa por situações de estresse, de insegurança, de sentir-se estranho pelas modificações em seu corpo, por se sentir incompreendido e rejeitado pelos pais. Isto associado a fazer parte de um grupo e ser bem aceito, pode levar o adolescente a seguir modelos de dentro do grupo e importante para a formação de sua identidade. Em recente pesquisa realizada no Hospital do Coração, ainda não publicada, observou-se que 65% dos pacientes iniciaram seu hábito de fumar na adolescência, para fazer parte do grupo e sentirem-se aceitos. GORGULHO (1996), relata estatística similar. Ainda um outro dado muito importante, foi que 70% deles, tinham pelo menos, o pai ou a mãe fumante dentro de casa, reforçando que o modelo vem a ser um fator de importância na determinação do hábito de fumar. LEITE et al. (1999), observou também que havia um aumento no consumo de cigarros em situações de nervosismo, frustração, tensão e aborrecimento, que pode tanto ocorrer para o indivíduo adulto como para o jovem.

É importante a ação do médico que lida com a população mais jovem em seu consultório, saber entender como esse vicio se inicia e saber como pode lidar com a situação (MANLEY et al., 1992 ; INCA, 1997). Com certeza a melhor forma de iniciar a abordagem não é criticando nem mesmo desaprovando a atitude do jovem fumante. A compreensão, a motivação e a sensibilização para a questão dos malefícios que o cigarro causa é que transformam-se no como seria a melhor forma de abordar este problema(LEWIS, 1997).

O dependente de forma geral, sente-se incapaz de desenvolver atividades diárias sem o uso da droga. Há um viés negativo no conteúdo de seus pensamentos: se algo falha ele automaticamente pensa que isso se deve a sua falta de controle. Consequentemente ele sente-se culpado, fracassado e utiliza a droga.

Ele tende a atribuir significados subjetivos a certas palavras e/ou situações distorcendo sua significação real e objetiva. Apresenta baixa tolerância à frustração e muita ansiedade.

6 COMO PARAR DE FUMAR?

Hoje em dia sabe-se que 80% dos fumantes param de fumar sozinhos, mas 20% deles não conseguem e pedem ajuda (BECOÑA & VASQUEZ, 1998). Nós enquanto psicólogos temos um papel fundamental nisto, pois sabe-se que os programas multidisciplinares voltados para o tratamento da parada do hábito de fumar são os que mais funcionam. Utiliza-se a técnica da terapia Comportamental-Cognitiva, em sessões programadas que vão de 6 a 8, e o sucesso deste tipo de tratamento em um ano tem sido em torno de 60%. Observa-se através de recente estudo realizado com estes pacientes que eles fumam por estimulação, prazer, redução de tensão e vício. O cigarro é utilizado como companheiro e na supressão do mesmo eles reagem como em uma situação de perda, e tem que ser trabalhados em relação ao "luto" da perda do cigarro. O tratamento basicamente associa o atendimento médico ao atendimento psicológico. Durante o mesmo, é realizada uma avaliação do perfil do fumante, situações que são os "gatilhos" para levar ao cigarro, introduz-se a medicação a base de bupropiona associada ou não ao adesivo de nicotina transdérmica. É realizado um acompanhamento semanal da evolução do paciente e a preparação do mesmo para alta e prevenção de recaída. Este trabalho é realizado em grupos de no mínimo 5 e no máximo 10 pacientes. BECOÑA & VASQUEZ (1998), discutem ainda a não eficácia de tratamentos isolados, como, por exemplo, só com um acompanhamento breve realizado pelo médico e a medicação sem acompanhamento a longo prazo.

Este é um campo vasto de trabalho, de interessante científico onde o objetivo maior é em prevenção. A prevenção pode ser primária realizada nas escolas e instituições que lidam com o menor e secundária que atingem o fumante em questão e podem evitar que no futuro doenças graves possam acometê-lo. Este é um trabalho difícil, pois a indústria do cigarro é ainda muito forte e rende ao governo uma quantia grande de impostos. Mas a longo prazo com perseverança o objetivo principal que é a saúde da população e do meio ambiente será alcançado.

(*) Silvia Ismael Cury é psicóloga, mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP, e coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital do Coração. Atualmente, é diretora fundadora do Centro Psicológico de Qualidade de Vida, coordenadora dos programas de combate ao fumo da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do ambulatório de tabagismo da Faculdade de Medicina do ABC.



Ricardo Roslindo
Enfermeiro

Ricardo Roslindo disse...

Pesquisa calcula impacto do cigarro na qualidade de vida

Uma pesquisa realizada na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), avaliou em que medida o tabaco é causa importante de perda de qualidade de vida na população. O estudo constatou que 7% da carga de doença é atribuível ao hábito de fumar.

O estudo, publicado na revista Clinics, aplicou o Daly (Disability-Adjusted Life Years), um indicador que mede simultaneamente a mortalidade e a morbidade, avaliando os anos de vida perdidos por mortes prematuras com ajuste de incapacidade. Entre a população com mais de 30 anos, a proporção de Daly atribuível ao tabaco ultrapassa 13% em homens e 7% em mulheres.

De acordo com Andreia Ferreira Oliveira, uma das autoras do artigo, o trabalho teve o objetivo de estimar a carga de doença atribuível ao tabagismo no Rio de Janeiro, no ano 2000. A partir de estimativas de prevalências de fumantes e riscos relativos de morte, foi calculada a fração respondida pelo tabaco por causa, idade e sexo.

“O conhecimento da carga global de doença atribuível ao tabagismo é importante para que as iniciativas dirigidas ao controle do tabaco se multipliquem e se consolidem, de modo que venham a se transformar em políticas públicas articuladas e permanentes de promoção da saúde”, disse à Agência FAPESP.

Segundo a pesquisadora, as informações sobre mortalidade são insuficientes para dar um panorama da qualidade de vida. Para superar essa limitação, o indicador Daly envolve também dados sobre a morbidade. Ele permite ainda avaliar a gravidade de doenças que são altamente incapacitantes, mas nem sempre letais.

“A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a doença isquêmica do coração, a doença cerebrovascular e o câncer de traquéia, brônquios e pulmões foram responsáveis por, respectivamente, 32,2%, 15,7%, 13,2% e 11,1% do total estimado de Daly, totalizando 72,2% da carga de doença atribuível ao fumo”, afirmou.

Os resultados indicaram que as doenças relacionadas aos cânceres e às doenças respiratórias crônicas apresentam alta prevalência e riscos de morte. “Concluímos que é imprescindível que medidas de prevenção e controle do hábito tabágico sejam efetivamente implementadas”, disse a pesquisadora, que trabalha na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Entre as principais patologias associadas à diminuição da qualidade de vida, as doenças cardiovasculares foram as mais significativas, com destaque para a doença isquêmica do coração (20,4%), na população acima de 30 anos. Mas, de acordo com o estudo, essa proporção não aumenta de acordo com a idade.

“Evidenciamos que a obstrução aérea crônica e as doenças isquêmica do coração e cerebrovasculares foram responsáveis por 61% do total de Daly na população de 30 anos e mais”, afirmou Andreia.


Estratégias preventivas

O estudo constatou que os homens apresentam cargas atribuíveis maiores em relação às mulheres. O maior número se explica, segundo a pesquisadora da Fiocruz, não só pela prevalência maior do fumo, mas também “porque essas doenças acometem mais o homem”.

A pesquisa estabelece também comparações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Assim como no Brasil, o tabaco é causa importante de anos de vida perdidos prematuramente ou por incapacidades nos países desenvolvidos. Mas aqui a carga atribuível ao tabaco é maior se comparada aos países mais ricos”, apontou.

“O hábito tabágico se inicia ainda na adolescência. Por conta disso, estratégias preventivas maciças devem ser veiculadas pela mídia, por exemplo, para evitar que milhões de jovens iniciem esse hábito ainda precocemente e, com isso, venham a se tornar dependentes dessa droga”, disse Andreia.

Apesar de ter focado o Rio de Janeiro, o trabalho aponta que o padrão de morbidade observado no estado é semelhante ao da região Sudeste e que essa relação não se modificou entre 1998 e 2000.

O estudo apresenta algumas limitações, segundo a autora. “A mais importante se refere à utilização de prevalências de exposição atuais, não levando em consideração o período de latência entre a exposição ao tabaco e o aparecimento das doenças. Não foi uma decisão inédita, pois tem sido apontada, consistentemente, por outros autores”, disse Andreia, que assina o artigo com Joaquim Gonçalves Valente e Iuri Costa Leite, também da ENSP.

De acordo com Andreia, o estudo pode prosseguir tentando estimar a prevalência do fumo no interior por meio de indicadores socioeconômicos. “Assim, teríamos uma estimativa mais próxima da realidade desses locais e com estratégias preventivas bem localizadas”, destacou.

Para ler o artigo The disease burden attributable to smoking in the state of Rio de Janeiro, Brazil in 2000, de Andreia Ferreira Oliveira e outros, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP),

Ricardo Roslindo
Enfermeiro
Enfermeiro